A Ordem do Templo fixou-se em Portugal por volta de 1128, pouco antes da tomada do poder por D. Afonso Henriques. Recebeu doações de território, tanto por parte de D. Teresa como de variadas personagens e entidades. O auxílio prestado na chamada reconquista de território aos sarracenos, em que esta Ordem muito se notabilizou, fez que lhe fossem igualmente doadas terras nos novos espaços conquistados, o que lhe deu controle sobre vastos territórios situados, especialmente, no actual centro geográfico de Portugal. Esses territórios foram divididos, para efeitos de administração, em Comendas, que tinham à sua frente comendadores. A presidir à administração da Ordem existia um Grão-Mestre, eleito entre todos os comendadores.
A acumulação de riquezas nos diferentes Estados da Europa assim como o facto de serem os administradores dos fundos destinados às cruzadas deram aos Templários um poder económico e político considerável. Fizeram assim despertar invejas e ódios que culminaram, a partir de 1307, com a prisão de todos os Templários em França e a execução no cadafalso de muitos, entre eles o Grão-Mestre De Molay. A ordem acabou por ser estinta pelo Papa em 1312.
Em Portugal, D. Dinis obteve do Papa João XXII a criação de uma nova ordem nacional. A bula Ad ea ex quibus, a 14 de Março de 1319, criou uma nova ordem denominda "ordem de cavalaria de Jesus Cristo", passando para ela todos os bens da extinta Ordem do Templo. Surgia assim, em Portugal, a Ordem de Cristo.
Ligadas à Ordem do Templo, e devido sobretudo às circunstâncias trágicas da sua extinção, surgiram depois numerosas lendas, mormente de práticas esotéricas e mágicas, quase todas elas de difícil verosimilhança e comprovação.